segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mais um livro por ai...

Olá pessoal, estou escrevendo um livro que dedico a minha namorada, que é quem faz a revisão pra mim e vou compartilhar aqui com vocês o começo do primeiro capítulo. Se quiserem ler mais peçam nos comentários. ;D


A Cela

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A cela é fria e escura, sem janelas e grades que a separam do resto do mundo. No lugar existe uma porta de aço maciço com cerca de dez cm de espessura e sentado ao canto está um homem jovem, com cerca de vinte e cinco anos de sonhos e desespero. Os cotovelos apoiados no joelho e uma das mãos sustentando a face suja de olhos semicerrados e profundos. Em alguns momentos parece que as lembranças o consomem mais que a fome e a sede. Há dias (ou seriam semanas?) perdeu a noção do espaço e tempo e a mente nessas ocasiões tende a abrir espaço para a loucura e insanidade, mas no caso dele será que já não estaria familiarizado com essas emoções desde o nascimento?
Mas agora esqueça isso, esqueça os esboços de vidas passadas, pois a necessidade do agora é mais urgente. Observe atentamente esse homem e como seus olhos se abrem e a pupila se dilata, ao mínimo movimento do outro lado da cela. São olhos de caçador e sua necessidade é nobre: fome. Como um gato o homem na cela se move cautelosamente, com as mãos ao chão, parecendo calcular cada passo. Se ele tivesse um rabo peludo, aposto que esse estaria se movendo como uma cobra de um lado a outro, sorrateiramente, mostrando sua adrenalina e excitação. A presa caminha encostada a parede da cela, caçando também seu próprio alimento, resto de comidas ou quem sabe até uma barata fresca. Quando a pobre presa nota a presença de seu predador é tarde demais, o homem agora jaz com o rato nas mãos, que esperneia e guincha a cada mordida no ventre gordo que o homem lhe dá, suas entranhas e tripas saem e escorrem pelos orifícios e seus olhos saem de órbita, até que finalmente a presa se cala, para sempre.
Até onde um homem poderia chegar à troca de alimento, quando esse se faz ausente por um longo período? Pergunte ao homem que agora de cócoras retira com as mãos ensanguentadas as entranhas de um rato gordo e tenta aproveitar ao máximo a carne que lhe é oferecida, com o sangue da vitima escorrendo pelo canto da boca e descendo pelo queixo encharcando a barba rala e chegando ao pescoço.  Pergunte a ele e provavelmente ele dirá que pode se chegar muito longe quando as situações são extremas.


Um comentário:

  1. descrições horrendamente bom feitas...nessa linha parece que ser um bom livro...o post abaixo stephen king...explica muita coisa...do que virá por ai...hehe

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